por Liliana Peixinho*
Muito sensata, lúcida e firme a contribuição de Adriana Ramos. Também penso, como eleitora, jornalista, ativista politicambiental, que a discussão não é a transferencia/indicação/negociação de votos, e sim amadurecer/consolidar um projeto politico que resgatou valores, patrimonio ético, perdidos/diluidos, no imediatismo eleitoral partidário/coligado.
Pendo que o que pode descredibilizar o PV junto a eleitores declarados de Marina e não do partido, é ver que ainda, depois de 25 anos, os acordos/alianças históricas, que sempre foram realizados na Bahia, por exemplo, em nada amadureceu o partido, em nada o projetou para a participação social de perfis diversos, como acontece agora.
As práticas políticas do PV afastaram pessoas, coletivos sociais, núcleos vivos da sociedade que agora Marina recupera, conquista, chama. Cansamos da falta de identidade, de espaço, de representação,de acolhimento para a construção coletiva diversa e profunda que só Marina conseguiu movilizar/ encantar nesse rumo, digamos da utopia politica..
Incrível é que depois de anos e anos de espera, muito trabalho e resistencia chega o momento de cristalizar uma via politica séria, na figura de Marina, gerando sentimento de confiança, compromisso histórico com uma pauta politica transversal, com resgate de valores perdidos, nos vemos, de novo, cara a cara, dentro do próprio capital político apurado, práticas políticas que estamos a discurdar, combater.
Como confiar, fazer alianças, agregar propostas de uma campanha à outra, se projeto/propostas politicas foram apresentados, pelas outras campanhas, verticamente à sociedade, em suas formas diversas? Sem a clareza necessária para se mobilizar pontos da agenda politica discutidos em comum, consolidada, horizontalmente, pós rompimento de Marina com o PT, com coragem,ética e elegancia que lhe é peculiar é difícil imaginas que não possamos avançar no projeto de de nada tem de imediato?
Depois de muito tentar e não conseguir, de romper com um partido que não entendia, não contemplava, não compartilhava, não endossava, não convergia com esse olhar, Marina vem fortalecer o PV, pelos valores conceituais simbolizados pela sigla. Estamos correndo agora, o risco, em pauta na midia, de retrocedermos do sonho do projeto politico mais ousado que o Basil está tendo, de participar da possibilidade de enterrar o ranço sujo da velha politica fisiologista, oportunista, imediatista e irresponsável da prática do toma lá da cá. É muita falta de senso coletivo.
As alianças político-partidárias tradicionais obdedecem práticas pontuadas no loteamento de cargos. Nunca tiveram a cara cidadã, consciente que Marina representou ao buscar alianças com a sociedade, onde o PV tem sua representação política, até matematicamente inferior ao salto do que a pessoa Marina agregou e as análises estão sendo feitas; O projeto é ambicioso, sério, resultado de muito sofrmento, resistencia, e por isso tem alcance, metas, a longo prazo.
Parte desse núcleo vivo que escolheu Marina como canal de representação, não quer, de forma alguma, de novo, conviver com a dicotomia histórica, cínica e vergonhosa, existente entre o discurso e a prática. Quando a mulher, Marina usa beterraba como batom simbólico da imagem femnina, e faz aliança com um vice que é presidente de uma grande empresa de cosmésticos interpreto isso como um grande salto civilizado, tolerante e inteligente, entre quem quer e entende bem sobre desenvolvimento, com preservação.
Nas diversas enquetes, pesquisas, entrevistas, rodas de diálogos, palestras e eventos que participamos como jornalistas, ativistas, pesquisadores academicos, gestores de Movimentos Independentes e livres,100% voluntários, totalmente descapítalizados porque nunca receberam um centavo do governo ou de empresas, e que mesmo tentam sobreviver, trabalhando duro, com ousadia e compromissos de sobra, a percepção que temos é de indignação com o tom autoritário, fisiologista, negociador, frio e descomprometido com a agenda que o Brasil precisa.
Uma agenda defendidida pela figura de Marina, como pessoa, como excelente militante da causa. Se ela teve que participar de um processo que exige um partido para representá-la esse foi o voto de crédito dado por quem a escolheu como uma terceira via. Esse capital politico embalado por movimentos conscientes, não pode, agora, ser desperdiçado com barganhas.
Se é partido A ou B é o que menos importa, do ponto de vista histórico para aqueles que escolheram Marina, e não o partido. Sem querer ser idólatra mas pensando na seriedade da confiança depositada em uma pessoa, poderiamos criar o Partido da Marina, PM porque o que está se discutindo aqui é o valor da candidata e não partido que ela representa.
Se o PV for inteligente, como precisa ser, deve pensar qual estratégia aplicar para deixar a chama acesa daqui por diante.
Sds harmoniosas
*Liliana Peixinho é Jornalista e ativista politicoambiental. Aluna de pós graduação em Jornalismo Cientifico e Tecnológico - FACOM, e aluna especial do Mestrado Cultura e Sociedade - UFBA, é Especialista em Midia e Meio Ambiente. Foi fundadora dos Movimentos Independentes e Livres AMA- Amigos do Meio Ambiente e da RAMA- Rede de Articulação e Mobilização em Comunicação Ambiental, criado há mais de 10 anos, com atuação de 100 voluntárias.
http://www.falandonalata.wordpress.com
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